Touch my hand - Louise McAdams e Alyssa Waters [RP Fechada]

O dia fora literalmente um inferno, o calor estava tomando conta do acampamento. Era extremamente óbvio que filhos de Quione não se sentiam a vontade, o fato é que durante o calor, todos ficavam muito irritadinhos e essas coisas aí... Todos ficavam muito... Ahn... Sentimentais.

O sol invadia praticamente todos os domínios do acampamento, nos deixando muito vulneráveis, mais fracos, me sentia um verme implorando por vida, queria poder fazer algo, mas não conseguia sequer levantar da cama.

“Apolo poderia pegar leve...” Pensei, olhando para a janela...

Já não aguentava mais toda aquela tensão que tomava conta de mim, uma sensação odiosa, que me fazia me lembrar que não era uma deusa, porque se fosse, tudo estaria congelado, até mesmo no verão. Todo aquele calor só provava que ali não era meu lugar...

[...]

Por volta das 17 da tarde, tomei coragem e me levantei da cama. Olhei para os lados para me certificar de que não estava sendo observada por algum fofoqueiro idiota. Todos a minha volta estavam ‘moles’ demais para reparar que eu havia levantado. Era como se estivéssemos todos literalmente derretendo.

Precisava me refrescar, queria tomar um ar. Eu sabia que logo anoiteceria e por isso era a hora perfeita para sair, quase todos os campistas temiam por suas vidas, então raramente andavam desacompanhados pela floresta. Eram tempos difíceis, todos ali sabiam muito bem disso.

Existiam forças do mal trabalhando, aprontando, eu podia sentir. Havia ouvido história de uma criatura que se escondia nas sombras, nenhum campista jamais havia visto, mas todos contavam histórias sobre isso durante a fogueira.

Finalmente tomei coragem pra sair pela porta. Fui atingida por uma onda de calor, minhas bochechas coraram de imediato e então resolvi correr para fugir dos raios solares. A floresta foi minha primeira opção, mas me lembrei que lá era muito cheio, sendo assim, decidi correr para o lago...

[...]

Era possível ouvir pássaros cantando, cigarras e grilos faziam barulho, o céu estava começando a ficar alaranjado. Parecia cena de filme. A brisa estava começando a soprar, tornando o momento completamente agradável e o dia mais fresco. As folhas fizeram barulho, como de costume, realmente era algo maravilhoso.

Caminhei cautelosamente até a margem do lago, sentei no chão e peguei uma pedrinha. Olhei para os lados, para me certificar que não tinha mais ninguém ali. Atirei a pedra e a observei ‘saltar’ sobre a água. Não muito satisfeita, me aproximei ainda mais do lago, estava perto o suficiente para ver as náiades dentro d’água. Elas eram muito belas, por sinal. Mostrei minha mão machucada para uma delas e ela piscou. Mergulhei minha mão no lago e quando a retirei, estava nova em folha. Assenti para aquela Náiade, como se dissesse obrigada por aquilo. Me levantei e comecei a observar toda a flora que ali existia.

Ri baixinho, começando a girar e dançar feito louca ali. Lembrava de minha infancia e por algum motivo aquilo havia me deixado feliz. Dei alguns pulinhos em minha dança, e só então percebi que estava dançando Singin' In The Rain , talvez fosse a porcaria do calor me deixando sentimental, porque se fosse frio, eu nem me importaria com isso.

- Droga... - Sussurrei ao vento, parei de dançar e passei a prestar mais atenção no que ocorria em volta.

Post #00 // Polyvore // Tag h1 // Tag h2 // BY LOONY!

Com todo aquele espetáculo, não tinha nem percebido que era observada por uma garota até ela se manifestar, o que me fez levar um susto. Não que eu tenha medo nem nada, mas não é legal ser abordada por alguém que nunca viu antes, ainda mais em tempos difíceis. O olhar daquela menina era obscuro, misterioso e muito me intrigava. Não havia entendido o que ela havia dito, estava muito desatenta, pensando em certas coisas do passado.

Ela exalava um cheiro quase que irritante de flores, talvez não sentisse isso, até porque cada semideus tem seu próprio cheiro em função dos pais. Eu nunca havia sentido um cheiro como aquele, já que filhos de Afrodite cheiravam a perfume barato, filhos de Deméter a caipiras e os de Ares tinham cheiro de porcos, já os de Quione tinham cheiro de perfume francês. O mais divertido dessa brincadeira era que só Alasca e eu conseguíamos sentir esses cheiros e que todos nos chamavam de loucas em função disso.

- Ah. Meus. Deuses. Uma. Stalker! – Falei em um tom irônico, dando a entender que era uma patricinha metida e fútil. – Era disso que eu precisava...

Cruzei os braços e franzi o cenho para a menina, ela parecia bem safada, talvez uma selvagem ou sei lá. Não me importava em ser simpática, já que a única pessoa por quem eu tinha pelo menos um pouco de afeto era Alasca, mesmo assim as vezes eu não era muito boa com ela. Sempre fomos bem frias e dentre nós, ela sempre foi a gêmea sentimental e eu a genial.

“Será que ela não sabe quem sou eu?” Pensei ainda estudando a menina.

- Mim ser Alyssa Waters. Mim ser do Paraná e mim ser filha de Quione. Mim quer saber se você consegue me entender... – Falei pausadamente e gesticulando como se fosse realmente uma índia.

Dei de ombros ainda estudando a menor. Ela tinha um belo sorriso, mas parecia ser caipira. Todos são muito simpáticos e tentam ser metidos como as pessoas da cidade, mas sempre fazem papel de bobos.

Revirei os olhos, aquela menina me causava arrepios na espinha, podia ser muito bem uma espiã ou coisa parecida. Me lembraria dela se já tivesse visto em algum lugar. Mordi o lábio, um tanto pensativa e observei a menina dos pés a cabeça.

- Mim quer saber se tu não ter medo dos monstros das sombras. – Arqueei as sobrancelhas. – Mim já ouviu muitas histórias feias sobre eles...

Dei um passo para trás ao ouvir o som de um galho se quebrando bem atrás da menina.

Post #00 // Polyvore // Tag h1 // Tag h2 // BY LOONY!

Acho que deveria ficar sem jeito pelos comentários da menina, mas eles não fizeram nenhum tipo de diferença pra mim, ela ainda se parecia uma caipira. Talvez uma caipira criada na cidade, isso explicaria o fato dela falar corretamente. De qualquer forma, ela tinha uma cara de maníaca sexual que podia ser explicada por ser parente de Zeus, o maior tarado do olimpo, também conhecido como o avô dela.

- Filha da Lady que perdeu a virgindade com o próprio pai, foi raptada e agora é casada com o tio... – Sorri para a garota, passando a ter bochechas coradas. – Belo histórico familiar, por sinal...

Se tinha uma coisa que eu adorava fazer, era julgar as pessoas e me sentir superior a elas, era tão divertido provocá-las e ver até onde aguentam. Se ela não havia estourado de primeira, era uma das minhas.

O fato é que ela tinha sangue de deuses atirados, o que a tornava atirada. Aquilo pouco me interessava, quem sabe se eu a colocasse em seu lugar, ela passaria a se valorizar tanto quanto eu me valorizo.

A mão dela sobre minha cintura fora a gota d’água. Sempre odiei proximidades assim, aquilo não era nenhum pouco divertido. Por pouco, não avancei contra a garota e bati nela. Realmente foi por um fio.

Me afastei rapidamente, franzindo o rosto para ela de imediato. Estava a ponto de congelar a garota, já que a nossa volta o clima estava começando a ficar mais gelado em função do meu estresse. Era algo natural para filhos de Quione, as emoções desencadeavam uma série de coisas, incluindo gelo.

- Você deveria ter mais cuidado com o lugar onde põe as mãos. Não seria divertido pra você ter uma das mãos completamente congelada. – Mantive uma expressão facial rígida. – Sabe, eu sou gelo. Você é praticamente fogo, já que seu habitat natural seria o inferno. Ou não, eu acho... Enfim. Pense como se estivesse andando por um lago congelado que está a ponto de rachar.

Dei de ombros, passando a desviar o olhar para o lago. Aquilo sempre me acalmava, as náiades sabiam se aproximar de mim, elas eram ninfas, assim como minha mãe. Por isso, eu sempre tive um carinho especial por elas, mesmo que não tivesse nenhum tipo de afeto por minha mãe.

Não me dei o trabalho de sequer olhar de volta para a garota, ela me assustava. Não me importava seus parentes olimpianos, o fato é que estávamos no meio do mato e ela ainda me parecia uma caipira selvagem e ninfomaníaca.

Mordi o lábio me dando conta de que ela poderia ser sentimental como as outras ‘crianças’ do acampamento meio-sangue. Arfei, pensando em uma forma de dizer aquelas complexas palavras que raramente dizia. Enchi os pulmões de ar, e por fim tomei coragem para dizer:

- Desculpa, acho que fui meio grossa ou sei lá. Se você for manteiguinha derretida, não quero te ver chorando por ai como as outras pessoas que falam comigo as vezes. Enfim... Sem contatos físicos por favor, manteiga.

Sorri um tanto sem jeito, ainda não acreditando no que havia dito para ela. Era a primeira vez que eu havia pedido desculpas para alguém. Talvez algo nela tivesse me agradado, ou não.

Post #00 // Polyvore // Tag h1 // Tag h2 // BY LOONY!

Sabia que de alguma forma havia desanimado a garota, até mesmo a afastado, já que ela estava indo. Bem, pela primeira vez na vida eu não queria fazer aquilo. Alem do mais, até que aquela garota era bem bonita e tinha um belo sorriso.

Tentei falar algo, mas parecia que minha língua havia congelado dentro de minha boca. Meu rosto estava tornando-se cada vez mais pálido e gelado. Eu não sabia o que fazer, apenas assenti e vi a menina se afastando aos poucos.

Sabe, sei que não é muito legal agir dessa forma, mas não tive escolha a não ser seguir a garota, ela parecia nova ali e devia estar perdida ou algo assim. Não queria ser responsável por um desaparecimento. Então, segui a menina cautelosamente, medindo meus passos e tomando bastante cuidado para não ser percebida antes de me manifestar.

Pela primeira vez na vida, minhas mãos estavam suando, não sabia o que fazer até que de repente peguei uma das mãos da menina e a puxei de volta, deixando seu corpo colado ao meu, o que era um tanto desconfortável.

Olhei nos olhos da menina e a envolvi com meus braços, apertando-a de forma que ela não pudesse escapar de mim. Minhas bochechas tornavam-se cada vez mais rubras, minhas mãos suavam e meu coração palpitava.

“Oh deuses! O que será isso? Acho que vou vomitar... Ou será que isso é vontade de...Ah, entendi...” Pensei comigo mesma, enquanto ainda encarava aquele belo par de olhos azuis meio verdes esmeralda.

Mordi meu lábio inferior e suspirei logo em seguida, estava começando a achar que estava perdendo tempo demais, e que ela acabaria fugindo se eu não o fizesse logo. Era algo completamente novo, nunca havia feito aquilo.

Sentia um imenso nó na garganta, uma vontade de tentar me explicar, voltar atrás ou sei lá. Tive a leve impressão de tudo estar girando a minha volta. Talvez ela estivesse me deixando bêbada com seu cheiro ou então meu estomago estivesse muito fraco.

Aproximei meu rosto do dela, mantendo-me em silencio. Deslizei uma de minhas mãos para a nuca da garota e a puxei para perto, guiando pelos poucos centímetros que faltavam até que nossos rostos se encontrassem.

Estávamos próximas o suficiente para eu sentir sua respiração quente e ofegante. Não prestava atenção em nada, além dos olhos dela. Parecia loucura, mas em um impulso, colei meus lábios nos dela e pedi passagem com a língua para que pudesse iniciar um beijo.

Post #00 // Polyvore // Tag h1 // Tag h2 // BY LOONY!

O beijo fora intenso, repleto de desejo e carinho. As caricias que a garota faziam estavam começando a me provocar de outro jeito o que não era bom. Sabia que pra ela deveria ser apenas uma brincadeira, afinal, deu a entender que aquela não era a primeira vez que beijava alguém.

Meu coração ainda estava acelerado e minha respiração ofegante quando ela mordeu meu lábio inferior e em seguida me provocou. Eu mordi sua isca, melhor... Meu corpo mordeu a isca. Eu não sabia ao certo o que fazer, já que em minha mente eu implorava por outro beijo da garota.

Enchi os pulmões de ar, tomando coragem para tê-la só pra mim novamente. Deslizei minhas mãos vagarosamente pelas laterais do corpo da menina até que elas chegassem em sua cintura. Apertei o local com lascívia contida e em seguida reverti as posições, deixando-a contra a árvore.

Mordi meu próprio lábio inferior, encarando-a com um olhar meio ousado. Tentava saber ao certo o que se passava pela mente dela e em alguns momentos até mesmo desejei saber ler mentes. Seria muito útil, o estranho era que não sabia nada sobre ela, alem de seu nome e pela primeira vez, lembrava de um nome com tanta clareza como lembrava do dela.

Aproximei meu rosto do dela, como se fosse beijá-la novamente, mas no meio do caminho tive um impulso e mudei a rota, afundando meu rosto no pescoço da menina. Depositei um beijinho ali e em seguida vários outros beijos. Fui me aproximando cada vez da clavícula e depositei alguns beijinhos ali também.

Sabia que estava quase passando dos limites, então me aproximei do ouvido da menina, ainda um tanto sem jeito. Afastei alguns fios de cabelo que bloqueavam os ouvidos dela com a minha mão e em seguida aproximei meus lábios, sussurrando para ela:

- Isso foi bem... Intenso. – Fiz uma pequena pausa. – Eu poderia ficar aqui a noite toda... – Aproveitei para mordiscar o lóbulo da orelha dela, carinhosamente.

Estava mais calma, mesmo assim ainda a desejava desesperadamente, sem muita demora, eu aproximei meus lábios dela, praticamente sedenta por um beijo. Levei uma de minhas mãos para a nuca da garota, arranhando sem força nenhuma, enquanto pressionava a cintura da menor com a outra mão.

Deixei me dominar, e praticamente possuída pelo desejo de ter mais um beijo, eu me entreguei por inteiro para aquela garota. Dessa forma, passei a roçar meus lábios contra os dela lentamente, até que finalmente tomei coragem e pedi passagem com a língua mais uma vez, iniciando assim, um novo beijo, só que bem mais intenso.  

Post #00 // Polyvore // Tag h1 // Tag h2 // BY LOONY!

Eu queria me entregar pra ela, mas não seria nada bom fazer aquilo ali e assim. Afastei a garota delicadamente. Minhas bochechas coraram de leve, me sentia um tanto sem jeito, mas tinha que fazer aquilo.

Mordi o próprio lábio, passando a encará-la um tanto séria. Queria esconder o rosto, procurava um lugar para fixar os olhos, não conseguia sequer encará-la. Não esperava que aquilo chegasse a esse ponto.

Mas eu precisava de carinho, queria pelo menos um abraço. A puxei pra mais perto, mantendo-me calada. A envolvi com meus braços, escondendo meu rosto no ombro dela, de forma tímida. Em seguida, comecei a sussurrar:

- Sabe, eu até queria me entregar pra você hoje, mas não posso. – Sai do abraço um tanto sem jeito e olhei pra garota. – Eu nunca tinha beijado uma garota, na verdade, eu nunca tinha beijado ninguém até hoje... Foi a primeira e foi extremamente bom, mas não quero avançar tão rápido, sabe? – Corei extremamente e desviei o olhar para o alto.

Em seguida, olhei para o chão observando a minha blusa no chão. Olhei para a menina logo depois, sentia-me ainda fora de si, queria quebrar o silencio, mas não sabia o que dizer a situação estava meio tensa, pelo menos pra mim.

- Pode por favor pegar minha blusa? – Encolhi os ombros, esperando.  

Sorri para a menina, estava começando a me sentir relaxada novamente, antes que ela pudesse se mover, a puxei pela gola da camisa e dei um selinho afável em seus lábios. Me afastei em seguida e pisquei pra ela.

- Pronto... – Mordi o lábio. – Pode pegar minha blusa? – Ri baixinho pra ela, ficando com as bochechas completamente corada.

Franzi o cenho para a menina e em seguida relaxei a expressão. Suspirei e em seguida, sussurrei:

- Eu... Ahn... Gostei de você...

Post #00 // Polyvore // Tag h1 // Tag h2 // BY LOONY!